terça-feira, 29 de abril de 2008
Google, "o marco zero"
Patrícia e Haroldo: Quais as ferramentas do Google que você costuma usar?
Jackson Araujo: Eu uso tudo. O google maps, por exemplo, eu acho importante como entendimento de localização de vários movimentos de arte, para descobrir onde ocorrem exposições e as principais manifestações culturais. Já o google Earth e o Sky eu uso para diversão. Procurar planeta... Para mim é uma ferramenta de entretenimento, “tripping tools”, uma ferramenta “viajandona”, sabe?
P+H: O que você pensa dá tão polêmica “geração google”?
J.A.: Eu penso que seja uma questão de causa e conseqüência. A gente sabe que tem muita gente que entra, faz pesquisa e dá o copy paste. Não é a ferramenta que é criticável, mas sim as pessoas que usam de forma equivocada. Ela serve como uma rede de links para você aprender novas coisas e ir se aprofundando nos assuntos. Acho que é pra isso que o Google, como ferramenta, existe. Pra deixar o usuário com mais conteúdo... claro que é inevitável a existência de uma geração que é superficial e vazia. Com surgimento da Web 2.0 acredito que apareceram mais críticas sobra a internet como colaboradora da mediocridade, mas enfim... Acredito que faz parte de uma nova revolução. Acho importantíssimo a existência de todas essas redes colaborativas.
P+H:Dentre essas novas ferramentas podemos citar o orkut, fotolog, blog, myspace, youtube, dentre outras. Qual dessas ferramentas você costumar utilizar?
J.A.: Nunca tive orkut nem fotolog porque eu não gosto de ferramentas de exibição, mas não condeno. Gosto de redes de relacionamento onde há troca de conhecimento como o myspace, o facebook o youtube, onde o usuário descobre artistas, músicos, bandas, designers, fotógrafos, movimentos ativistas. Uma rede de relacionamentos muito bacana chama IQONS, que é uma rede de portfólios online de pessoas que trabalham com moda. Outra que também costumo usar chama-se HBTO, focada em tendências teenagers.
P+H: O que você procura nessas redes?
J.A.: Com elas eu posso acompanhar vários movimentos que ocorrem no mundo e sei que estes comportam uma parcela de consumidores que interessam para o meu trabalho.
P+H: Complete a frase: O Google para mim é:
J.A.: O marco zero. O começo de toda pesquisa na Internet.
P+H: Então se o Google é um marco zero quais as grandes mudanças que surgiram no âmbito profissional e da arte? E como as antigas gerações devem lidar com essa revolução?
J.A.: No âmbito profissional, o Google proprociona um ganho de tempo nas pesquisas, po conta de seu poder de concisão e filtragem das informações. No âmbito das artes, a Internet como um todo aproxima os trabalhos dos artistas dos consumidores, sejam eles colecionadores (que vão poder efetivamente chegar até o autpr o sua galeria para comprar) ou curiosos/estudiosos (que vão chegar rápido até o seu portfólio online).
P+H: Atualmente temos algumas ferramentas com um caráter de apropriação como a Creative Commons. Como você vê a questão da originalidade através dessa perspectiva da apropriação?
J.A.: Acho o Creative Commons de extrema importância para s novas relações profissionais. A originalidade não é um valor inerente à Internet, ela existe em qualquer profissão antes mesmo de estar disposta online. Com a nova economia que surge, que estamos chamando de Open Economy, novos valores se estabelecem, pondo na pauta do cotidiano a necessidade da abertura de códigos, como está fazendo a Microsoft. Ou ainda, estabelecendo novos padrões como o Sharing (compartilhamento de bens) e Pay What You Want (o caso do álbum "InRainbows", do Radiohead). O mundo definitivamente não é mais o mesmo e a experimentar é muito mais importante do que ter.
P+H: Existem macroestruturas e estão surgindo microestruturas multimídias – os coletivos – que funcionam como refúgios criativos. Quais as possibilidade e vantagens de criar ou participar de coletivos?
J.A.: Infinitas. Os coletivos são estruturas que se fundamentam a partir dos amigos e os amigos, nas novas gerações, são comprovadamente a principal ferramenta de divulgação dos novos valores. Assim, os coletivos têm potencial ilimtado para crescer e se posicionar como marca, como é o caso do selo de música, moda e design francês Kitsuné, considerado fonte criativa de extrema influência no cmportamento jovem contemporâneo, entre outros.
P+H: Como ser original num tempo tão esquizofrênico, marcado pela saturação do novo?
J.A.: A questão do novo é recorrente em várias escolas artísticas, muito antes da Internet. Para não irmos tão longe, basta melbrar da Pop Art de Andy Warhol. Cabe ao artista encontrar o novo dentro de suas próprias idéias. Não existem fórmulas.
P+H: Parafraseando Marshall Berman, você é sólido ou já se desmanchou no ar?
J.A.: Para viver bem no mundo contemporâneo precisamos ser fluidos. Só assim podemos acompanhar as transformações rápidas sem perder a essência. É a única forma de não sofrer um nervous breakdown por perceber que o mundo mudou e você não conseguiu acomapanhar. E como tenho formação de Moda, sou apaixonado pela mudança. Quem tem obesessão pelo novo se desmancha no ar diariamente.
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Concorrente do YouTube?
Hoje, fazer vídeos e colocar na internet já virou clichê (não quero dizer desinteressante, ok?). O galho agora é ficar famoso com seus vídeos no youtube. “Bom mesmo é fazer Tv”. Será mesmo?
Bom ou ruim, o projeto Fiz TV do grupo Abril, que funciona desde julho de 2007, mistura um site de vídeos e blog feito pelos usuários + um canal de televisão. Funciona assim: o internauta entra no site, faz um cadastro e começa a subir seus vídeos que são votados pelos visitantes. Os melhores são avaliados, tratados, remasterizados e exibidos em um programa de TV, da TVA (canal 16 da NET). O mais legal é que se o seu vídeo for para o ar você recebe uma quantia pela exibição. =D
Clipes, documentários, curtas, animação, vídeo-arte... tudo vale! Curioso são as patentes que você pode assumir ao ganhar intimidade com o Fiz. Dependendo do grau de participação, o usuário vai de telespectador, contra-regra, figurante, protagonista, diretor até chegar no louvado Chuck Norris.
O Fiz parece um mar de rosas, mas há suas contradições. Para o blogueiro Alexandre Fugita o FixTv não tem “nada haver com o YouTube e está muito longe de ser um concorrente forte. O fato de tentar misturar duas coisas diferentes para tentar criar algo intermediário acaba nivelando o serviço à sua pior parte que é a restrição do sinal de TV. Nada de assitir ao Tapa na Pantera a hora que você desejar, só no horário nobre. Fala sério!”, conclui ele.
Por outro lado Carlos Cardoso acredita que a idéia do site não é competir com o YouTube, mas sim propor uma parceria entre Internet e Tv convencional. Mesmo não tendo o mesmo alcance do YouTube, se o vídeo chegar à um canal de televisão significa um ganho de credibilidade. “Qualquer idiota sobe vídeos pro YouTube. Eu subo vídeos pro YouTube. Difícil é convencer alguém a assistí-lo.Ver um vídeo passando na TV significa que algumas pessoas detentoras do poder de decisão acreditaram nele o bastante para investir tempo e dinheiro em sua exibição”, conclui Cardoso.
Questionamento à parte, foi através do boom informacional no qual estamos navegando que essa “mistureba” foi possível. O fenômeno da convergência tecnológica não poderia dar em outra coisa que não fosse nesses casamentos inusitados e divertidos. A Tv interativa é isso. Numa só panela combina-se Internet, Tv, telefone e Tv a cabo no mesmo aparelho.
“Sky is the limit”